20.10.07

guapos e guapas,

mostra de cinema em SP. no, thanks. de cola eu tô fuera!

muito mirim

meo, tem gente que só chuta na trave e nunca marca gol.
me perguntaram se eu não ia disponibilizar as fotinhas da viagem no blog. não, não e não. a minha vida pública overseas está restrita à minha privada.
e também desisti de fazer um novo blog dando dicas de viagem para meninas que viajam sozinhas. já há muitos blogs de viagem excelentes por aí e a única dica que eu poderia dar é: se estiver viajando sozinha, abra a boca e anote os e-mails.
e a pior pregunta da semana foi:
qual o ponto alto da viagem?
pronto, você acaba de ganhar um kit de fraldas fresquinhas de Pindamonhangaba.
Geek momentum

I see dumb people.
RTFM.

O que matou o gato foi a ansiedade.
No, I don´t work here and I won´t fix your computer.

Una parada caliente

Sempre me senti excluída porque não tinha nenhum problema sickologico moderno, no máximo melancolia e dolor de cuernos que é super datado. Mas agora eu descobri meu TOC musical: escuto a mesma música umas 12 vezes ao dia e estou obsessiva-compulsiva com cantantes hi(s)panohablantes. Vamos ao hit parade del verano de Anita:

Vacaciones





Ser bacan - Los Mono (Somos los que estamos)
Dibujo en el aire - Chambao
Fin de semana - Estopa
Piedras vs tanques - Ojos de Brujo
La concha de tu madre - Los 3 amigos de la zebra

Prêmio melhor nome de música: Exiliado en el lababo.

num perguntou mas eu tô respondendo

Tá, vou dar uma de graça para us indie de plantão e adeptos da nurave: Terry Poison. En directo de Telaviv.

E pros mano que curtem assim um R&B e, como eu, demoram um pouco para descobrir os últimos lançamentos porque têm mais o que fazer: Outlandish. En directo da Dinamarca, uma banda de muçulmanos e um católico que me foi indicada por um turco. A música fofa-fama é Aicha, que en verdad é do hilário Cheb Khaled, que canta em francês: Ecutez moi.

E, por falar em Oriente Médio, eu chorei as dez horas do vôo lendo o Caçador de pipas, que também não é novo, mas é foda. Recomendo se você estiver achando que a sua vida está, tipo assim, foda.

Bom, já fiz aqui meu papel de blog informativo. Agora me passem la caña.

19.10.07

B.O no Google já!

Hoje tive de fazer mais um boletim de ocorrência, o desagradável B.O. Mas pela primeira vez a minha ocorrência era passível de ser registrada pela Internet. Ao preencher o cadastro para dar a queixa, tive de colocar todos os dados que, infelizmente, pelo menos umas cinco delegacias de São Paulo, umas duas no Rio e uma na Bahia já têm. E daí eu pensei que a Secretaria de Segurança Pública poderia implantar a unificação dos cadastros: as pessoas teriam um usário único, identificado por email e senha. A cada ocorrência, era só se logar, que nem no Google. Eles inclusive poderiam fazer uma parceria com o Google. Você usaria o mesmo login do gmail, orkut e blogspot, por exemplo, para registrar o seu B.O. Nesses tempos de violência, ia dar uma bela facilitada na vida das vítimas e também na do escrivão.
Além disso, poderíamos criar comunidades para dividir "crimes em comum" e novos sites pessoais, os b.o.gspots. O único risco seria ter o criminoso na sua lista de favoritos ou de melhores amigos...
Aí, adorei. Alguém conhece alguém na SSP para que eu possa vender a idéia e recuperar algum dinheiro?

Ainda sobre Internet e serviços ao cidadão: o portal e-Detran é um dos melhores exemplos de in-usabilidade que vi nos últimos tempos. É tão fácil de usar que você até cogita acordar mais cedo para ir pessoalmente ao Detran. Vai lá e confere: http://www.detran.sp.gov.br

PS - disseram que o B.O vai ser enviado por e-mail, mas até agora não recebi nada. Pelo jeito deve ter moderação, para evitar que alguém registre perda ou roubo da dignidade, por exemplo (ai, fui fina agora com essa de "dignidade"...).

17.10.07

6 cenas

Na cena 1 eu estava em um lugar chamado Cross Club e era a única mulher entre cinco homens. De repente eu começava a ter uma conversa louca em inglês com um sujeito que só falava checo e dizia xxxxx Fiona . E eu: ??????? Fiona.

Na cena 2 eu estava dançando música romena em um bar português e comendo amendoim com três pessoas do tipo “sem condição”. E depois a gente saía pelas ruas cantando músicas em espanhol e fazendo amigos.

Na cena 3 eu estava vendo Paris ser incendiada.

Na cena 4 eu não lembro aonde estava.

Na cena 5 eu estava há quatro dias na frente do computador, dividindo músicas em espanhol freneticamente e bebendo cerveja.

Na última cena eu ficava com uma baita dor de cabeça e mandava alguém tomar no c...

surtinhos pós trip

Imediatamente após fazer uma piadinha irônica, minha especialidade, eu me envergonho pelo prazer que sinto em deixar determinadas pessoas constrangidas. Não sei onde aprendi esse tipo de coisa, mas é muito feio.

Recuerdos. Eu tava sentindo falta coisa nenhuma do trânsito de São Paulo. Mas o sotaque com pan en la boca me ajudou a enfrentar as dez quadras e uma hora que me separavam das minhas fotos. Não bastasse eu ainda ser uma pessoa old school em termos de fotografia (leia-se: eu gasto muito dinheiro com filmes e revelações e não tenho máquina digital por princípio) eu sou praticamente monotemática. Apenas por variações de luz e ângulo, meu objeto do desejo é a arquitetura. É que minhas fotos não têm gente, só cenários. E daí eu reparei que a Espanha é muito mais árabe do que eu tinha notado e Praga não ficou tão bem sob minhas lentes quanto sob meus olhos.

E no que fui organizar as fotos, acabei encontrando meu passado de contos e poemas. Decidi que vou publicá-los aqui, mas aos poucos é que para meus dois leitores não vomitarem e ficarem com medo de mim.

Hangover forever. Estou adorando a ressaca pós-viagem, porque eu fico sonhando que ainda não estou aqui, as pessoas dizem que estou com uma “cara ótima” e, como sempre, estou viciada em uma banda que descobri em outro país e fico fazendo trilhas sonoras de filmes surreais com suas músicas. Mas o melhor é que não consigo me preocupar com nada, não quero discutir nenhum assunto dito relevante, não estou interessada no line up do TIM festival, nem na pilha de pratos na cozinha (essa frase não é minha), nem no fato de que não há alimento em minha casa, apenas o meu ketchup de estimação na geladeira.

Quero casar com esses caras. O melhor das letras do Estopa é que eles só falam de amores loucos que deixaram saudades, de fumar marijuana e encher a cara para esquecer. E tudo isso em espanhol e catalão. Amo.

Injustiça. E aí vem o meu amigo que, depois de viajar por dois anos, está triste porque “é muito difícil voltar”. Se é difícil voltar para Milão, imagina para São Paulo.

Procura-se. Lar no Raval ou em Malá Strana. Aceitamos ofertas em Montparnasse também.

Free advising. Beber absinto sem comer dá uma baita dor de estômago.
Nunca fique amiga de um cidadão que está servindo no Iraque e é do US Army. Você corre o risco de acordar com fortes chacoalhões depois de uma noite insana só porque está tossindo e ele acha que você está com pneumonia e quer te levar para um hospital checo. É, aconteceu comigo.

chapinha não dói

A chapinha dominou o mundo: até no hostel de Madrid as meninas perdiam horas preciosas alisando o cabelão. Primeiro me senti excluída, depois fiquei me perguntado: por que alguém leva uma chapinha em uma mochila? Mesma reação eu tive ao observar as meninas caprichando no make para descer até o pub do hostel, que eu freqüentava com as calças do meu pijama improvisado. Sou uma sem classe absoluta.

Ainda sobre pelos: os espanhóis seriam bem mais bonitinhos se não insistissem tanto no visual anos 80, com aqueles mullets horribles. É, exatamente como os argentinos. Prefiro não saber quem inventou essa modinha.

16.10.07

Qué pasa? Si no pasa nada, es porque esta muy aburrido.

guernica

Ah, se eu pudesse começava tudo de novo e mais uma vez. Porque não teve um só dia em que tenha me perguntado: por quê?
meu plano sequência tem um fado da Amália cantado por uma camarera alentejana, um poema do Pessoa em um café, sangrias em plazas reales, hablar con un pan en la boca, uma bailarina de flamenco, uma plaza de toros, obras pilhadas expostas em museus, uma mesquita com santos católicos, um palácio árabe nazarie, bicicletas noturnas en calles catalanas, bonecos gigantes na Mercê, bares no Raval, tapas e copas, litros de pivo, garganta queimando de absinto, sinagogas, igrejas, jazz clubs, uma ponte mágica, rio, nuit blanche com poema em língua desconhecida, vinho barato, gentes de todos lugares.
Porque não teve um só dia...em que não tenha crescido mais um pouquinho.


"Ya no quiero vivir con los temores
que prefiero entregarme a la ilusión
y lo que creo, defenderlo con firmeza,
sin historias que me abulten el colchón

Y si un día me siento transformado
y decido reorientar la dirección,
tomare un nuevo rumbo sin prejuicios
porque en el cambio esta la evolución

Evolucion, en el cambio esta la evolución

Que mi camino se encuentre iluminado
y la negrura no enturbie el corazón
discernimiento al escoger entre los frutos,
decision para subir otro escalón
Vivir el presente hacia el futuro
guardar el pasado en el arcón,
trabajar por el cambio de conciencia,
dibujar en el aire una canción"


Dibujo en el aire, Chambao