Em defesa da Cicarelli e do sexo marítimo
Então a Daniela Cicarelli deu uma no mar. E perdeu contratos de publicidade com pelo menos duas empresas, das quais era garota-propaganda. Tudo porque um infeliz sem ter mais o que fazer resolveu perder um dia de sol em Cadiz para filmar a aventura da moçoila.
E a cada dia surgem mais piadinhas, como Miojo Cica sabor caldo de galinha e outras pérolas do gênero. E as mocinhas ingênuas encaminham e-mails com o link para a façanha da “galinha”, com comentários do tipo: olha a vagabunda da Cicarelli na Espanha.
Numa boa, mas que discurso é esse? Que hipocrisia é essa de chamar a garota de galinha, vagabunda ou afins só porque ela transou com um cara no mar? Essas mocinhas e outros indignados deviam é dar uma no mar para ver se relaxam. Quem nunca fez isso, só tenho a declarar: que pessoa sem sorte (ou sem imaginação). Quem nunca esteve no auge de uma nova paixão e esqueceu de tudo em um momento mais quente? Isso é viver.
O mais impressionante é que os comentários maldosos venham de mulheres, que assim só reproduzem o machismo e preconceito reinante com aquelas que são donas de seus corpos e de sua sexualidade e não precisam dar satisfação a ninguém. Chamar qualquer garota de galinha, vagabunda ou outro adjetivo de mulher insegura porque ela transou com alguém no mar é no mínimo ultrajante, pois reproduz o pensamento mais conservador e tacanho de homens que não merecem um dedo de conversa. Sem contar que ela estava com o namorado (não que isso faça qualquer diferença, pois ela poderia estar com qualquer um, com um vendedor de coco espanhol).
A mim, esse discurso soa como conversa de mal-amada que não consegue assumir a sua própria existência afetiva. Cada um faz o que quer com o próprio corpo. E ponto. E sem essa de que a guria é figura pública. Ela não deu uma em Maresias, na areia. Estava em outro país, se afastou para um lugar mais reservado e foi para o mar. As únicas testemunhas deveriam ser os peixes, e olhe lá (porque eu acho que eles têm coisas mais interessantes para fazer do que dar uma de voyeur).
Em um caso como esse, o que deveria se discutir é a falta de respeito à privacidade das pessoas, mesmo públicas. O trabalho dela é público, merece ser discutido e pode até ser notícia. Mas a trepada da Cicarelli com o namorado é notícia? Isso demonstra a miopia dos veículos de comunicação, em um país com tantos problemas sérios, de dar audiência para um sujeito sem sorte cujo trabalho é filmar celebridades em seus momentos privados, sem permissão.
Vale também uma análise da mídia Internet e de sua capacidade mobilizadora e de divulgação. O incrível é que na rede as pessoas passem adiante esse tipo de assunto, em detrimento de outros mais interessantes. È o espelho de um país machista e de mulheres que reproduzem esse discurso e depois reclamam que não encontram um cara legal para namorar. Elas próprias alimentam a estupidez de homens com visão torpe que acreditam em baboseiras como virgindade e “mulher que dá de prima é vadia”. Na boa, quem ainda cai nesse tipo de historinha?
As mulheres fariam mais por si mesmas se fossem mais seguras e se apoiassem, assim como os meninos (que não são nossos inimigos, só para constar).
Aposto que as galinhas se divertem mais e sabem se relacionar melhor do que as puritanas de plantão, inseguras e à procura de um príncipe para se tornarem dependentes. Liberdade é a maior riqueza do ser humano. Mas, pelo jeito, ser livre, inclusive de preconceitos, não é uma premissa em pleno século XX. Como diz um amigo, ainda vivemos a barbárie que a Europa experimentou nos 1.200.
Mas esses casos pelo menos servem como pauta de blog e de discussão sobre os valores de nossa sociedade. Não, eu não sou amiga da Cicarelli, sequer a conheço e não estou nem aí para quem ela dá ou deixa de dar, se ela gosta de dinheiro ou não ou come alface. Sorte dela ser bonita e ter vários namorados. E ainda poder passar as férias na Espanha. Deixem de ser recalcadas, mulheres que passam adiante mensagens chamando outras meninas de galinhas. Vão dar uma no mar, para ver se a vida de vocês fica mais interessante (e aí vocês param de se preocupar com a do alheio).
E a cada dia surgem mais piadinhas, como Miojo Cica sabor caldo de galinha e outras pérolas do gênero. E as mocinhas ingênuas encaminham e-mails com o link para a façanha da “galinha”, com comentários do tipo: olha a vagabunda da Cicarelli na Espanha.
Numa boa, mas que discurso é esse? Que hipocrisia é essa de chamar a garota de galinha, vagabunda ou afins só porque ela transou com um cara no mar? Essas mocinhas e outros indignados deviam é dar uma no mar para ver se relaxam. Quem nunca fez isso, só tenho a declarar: que pessoa sem sorte (ou sem imaginação). Quem nunca esteve no auge de uma nova paixão e esqueceu de tudo em um momento mais quente? Isso é viver.
O mais impressionante é que os comentários maldosos venham de mulheres, que assim só reproduzem o machismo e preconceito reinante com aquelas que são donas de seus corpos e de sua sexualidade e não precisam dar satisfação a ninguém. Chamar qualquer garota de galinha, vagabunda ou outro adjetivo de mulher insegura porque ela transou com alguém no mar é no mínimo ultrajante, pois reproduz o pensamento mais conservador e tacanho de homens que não merecem um dedo de conversa. Sem contar que ela estava com o namorado (não que isso faça qualquer diferença, pois ela poderia estar com qualquer um, com um vendedor de coco espanhol).
A mim, esse discurso soa como conversa de mal-amada que não consegue assumir a sua própria existência afetiva. Cada um faz o que quer com o próprio corpo. E ponto. E sem essa de que a guria é figura pública. Ela não deu uma em Maresias, na areia. Estava em outro país, se afastou para um lugar mais reservado e foi para o mar. As únicas testemunhas deveriam ser os peixes, e olhe lá (porque eu acho que eles têm coisas mais interessantes para fazer do que dar uma de voyeur).
Em um caso como esse, o que deveria se discutir é a falta de respeito à privacidade das pessoas, mesmo públicas. O trabalho dela é público, merece ser discutido e pode até ser notícia. Mas a trepada da Cicarelli com o namorado é notícia? Isso demonstra a miopia dos veículos de comunicação, em um país com tantos problemas sérios, de dar audiência para um sujeito sem sorte cujo trabalho é filmar celebridades em seus momentos privados, sem permissão.
Vale também uma análise da mídia Internet e de sua capacidade mobilizadora e de divulgação. O incrível é que na rede as pessoas passem adiante esse tipo de assunto, em detrimento de outros mais interessantes. È o espelho de um país machista e de mulheres que reproduzem esse discurso e depois reclamam que não encontram um cara legal para namorar. Elas próprias alimentam a estupidez de homens com visão torpe que acreditam em baboseiras como virgindade e “mulher que dá de prima é vadia”. Na boa, quem ainda cai nesse tipo de historinha?
As mulheres fariam mais por si mesmas se fossem mais seguras e se apoiassem, assim como os meninos (que não são nossos inimigos, só para constar).
Aposto que as galinhas se divertem mais e sabem se relacionar melhor do que as puritanas de plantão, inseguras e à procura de um príncipe para se tornarem dependentes. Liberdade é a maior riqueza do ser humano. Mas, pelo jeito, ser livre, inclusive de preconceitos, não é uma premissa em pleno século XX. Como diz um amigo, ainda vivemos a barbárie que a Europa experimentou nos 1.200.
Mas esses casos pelo menos servem como pauta de blog e de discussão sobre os valores de nossa sociedade. Não, eu não sou amiga da Cicarelli, sequer a conheço e não estou nem aí para quem ela dá ou deixa de dar, se ela gosta de dinheiro ou não ou come alface. Sorte dela ser bonita e ter vários namorados. E ainda poder passar as férias na Espanha. Deixem de ser recalcadas, mulheres que passam adiante mensagens chamando outras meninas de galinhas. Vão dar uma no mar, para ver se a vida de vocês fica mais interessante (e aí vocês param de se preocupar com a do alheio).
PS – o único mau exemplo poderia ser o fato deles não usarem camisinha. Porque, camisinha, tem de usar!
PS2 – que belo exemplo dão as empresas que cortaram os contratos de Cicarelli! Não seguram a banca de uma trepada?