19.9.08

a falta do discernimento

Cena surreal que se repete comigo ao menos uma vez ao dia: estou escutando música no meu super celular musical (tá, foi um cacete levar as músicas até ele) e começa a tocar a música que eu, mutcho espierta, defini como toque, mas que também está no meu setlist. Inevitavelmente eu páro e olho o celular para ver se tem alguma chamada entrando.
Nunca imaginei que o Blur fosse me deixar ainda mais neurótica.

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sep tiem bre infierno

Todo setembro é todo ressaca. Não me venham com essa de que não existe inferno astral. Efeito placebo ou não, o fato é que setembro é o mês em eu viro um frango de televisão e fico rodando sem chegar a lugar algum.

Primeiro, essa coisa de fim de ciclo dá uma nostalgia incontrolável. Não tenho a maturidade de fazer aquele checkpoint da vida e definir os próximos passos. Se até aqui vivi assim, sem saber exatamente para onde estava indo (mas indo), é assim que devo seguir pelos próximos anos. Sem otimismo quanto a minha preguiça orgânica de traçar roteiros.

Mas eu me pego em situações ridículas, tipo escutando Arrested Development no carro e lembrando de Los Angeles em 1992, quando os negros decidiram tomar seu espaço e eu decidi comprar esse CD, meu primeiro CD.

LA foi uma experiência incrível na minha existência, conjugou um monte de primeiras vezes: a primeira viagem internacional (fronteira Brasil/Argentina não conta), primeiro avião que não era da FAB, primeira montanha-russa com looping, primeiro filme em inglês sem legenda, primeira embalagem tamanho família de shampoo, só para mim. E ainda fui testemunha do racial riot que entrou para a história. Rodney King, lembram disso?

Eu era muito pirralha para perceber o tamanho do que estava vivendo e estava infinitamente mais preocupada em descobrir o rap e o movimento hip hop que começava a estourar por lá e em tomar sorvete de vanilla no Thriftys perto de casa.

O porém é que estava lá, como estive em muitos outros lugares incríveis e improváveis e todo setembro eu fico olhando para trás e tentando olhar para frente porque o mês de outubro é o primeiro do meu ano-novo e é sempre cheio de atividades que exigem um dispêndio enorme de dinheiro e energia, das eleições aos shows e mostras de cinema.


Trilha sonora do dia: I´m a slut (BiS), I´m no good (Amy)

Pensamento do dia: eu amo embalagens Tetrapack

Desejo do dia: criadagem

Bisonho do dia: saber por uma revista que a menina que me hospedou em Maui, Hawaii, tremenda surfista, está casada com um holandês. O que significa que ela terminou com um amigo do amigo (superelevante)

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15.9.08

zebra indica - artes dramáticas

Não sei o que acontece, minha faxineira deu sumiço no meu mousepad...muito estranho.
Mas não era nada disso não, era só para recomendar a quem não foi, que vá ao espetáculo Hysteria, do grupo XIX. É muito, muito bom, elenco excelente, espaço idem.
Fica numa ex-vila operária bucólica lá na zona leste, nem dá para acreditar que é sampa, essa cidadona bisonha (e fria, ui). Meninos, assistam e aprendam mais sobre nós, as cíclicas, uterinas, "escravas da carne", mulheres. Mocinhas, assistam e entendam como ainda não nos livramos dos grilhões do século passado, como ainda somos condenadas pela histeria do outro.
Querem um exemplo? Duas moças da platéia que tomaram parte na encenação pediram a Deus "um bom marido". Meessmoo. Eu estou mais com a outra, só quero é sanidade. E um marido pode ser bem o oposto disso, não é?

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