15.8.07

que miedo

Tem umas coisas que não acabam nunca. Os meus downloads, por exemplo, me fazem perder minutos preciosos da novela e de sono. Hoje o problema é do meu amigo IP 444xxx alguma coisa, que tem uma conexão muito ruim. Eu sabia que a hora que escrevesse essas linhas, o download de 4 mega e 12h ia terminar. É tipo um evento cósmico. Satisfação total por Miedo, do Lenine e Pedro Guerra.

Desde a primeira vez que escutei essa música, eu gamei. Porque o sotaque do Pedro Guerra, que é do Tenerife, está super portenho. Cheio de che. Tipo o do Nicolas, que fala vos isso, vos aquilo. El miedo es una sombra que apaga el amor”. Oh, cielos, cuanta poesia! “O medo é uma linha que separa o mundo”. Pura verdade. Eu adoro as pessoas que têm medo de perder a pose, o poder, o bonde da modernidade e a juventude. Eu também tenho medos. Diários. Tipo perder a hora e a chave de casa, quando estou trancada em casa e atrasada. É, já aconteceu. Medo.

14.8.07

TAKE ME DOWN TO THE PARADISE

Enquanto brigo com as lâmpadas, aquecedores e caixa de fusíveis, paraísos artificiais.

Uma coisa puxa a outra e puxa, tenho pés-de-pato deslizando veloz e sem ar sob a água. Sensação agradável e meio fria movimentando pensamentos que me levam a um tempo já distante. Pés-de-pato e prancha e onda e impulso e série e onda e impulso e pés-de-pato velozes e onda e empuxo e perdi o lash. Areia na cara. E traz outro pensamento, é noite e estamos ali na duna, vento que nunca acalma, notas no violão dispersando-se na ventania e era o primo de alguém, os primos sempre mais interessantes porque vinham de outras cidades e tinham mais anos e mais histórias. E tocavam violão.

Paraísos artificiais. A capa da revista traz a homenagem aos 20 anos do melhor disco da banda, aquela que era a minha preferida por causa desse disco. Eu era uma adolescente que arrumava confusão na escola e dançava, que amava e imitava o vocalista da banda. E eu vejo a foto dele, tão gay. Mas eu faria tudo de novo, pela banda. E pelo menino que tinha uma banda e um brinquinho na orelha e que ficou esperando o meu treino de vôlei acabar, para acabar nos braços de outra.

(Agora eu entendo o porquê dessa atração por músicos).

Mais paraísos artificiais. No supermercado, Jesus and Mary Chain para eu achar que estou em um show e daqui a pouco o roadie vem buscar minhas sacolas. Vem nada. Como são artificiais, esses paraísos.