sep tiem bre infierno
Todo setembro é todo ressaca. Não me venham com essa de que não existe inferno astral. Efeito placebo ou não, o fato é que setembro é o mês em eu viro um frango de televisão e fico rodando sem chegar a lugar algum.
Primeiro, essa coisa de fim de ciclo dá uma nostalgia incontrolável. Não tenho a maturidade de fazer aquele checkpoint da vida e definir os próximos passos. Se até aqui vivi assim, sem saber exatamente para onde estava indo (mas indo), é assim que devo seguir pelos próximos anos. Sem otimismo quanto a minha preguiça orgânica de traçar roteiros.
Mas eu me pego em situações ridículas, tipo escutando Arrested Development no carro e lembrando de Los Angeles em 1992, quando os negros decidiram tomar seu espaço e eu decidi comprar esse CD, meu primeiro CD.
LA foi uma experiência incrível na minha existência, conjugou um monte de primeiras vezes: a primeira viagem internacional (fronteira Brasil/Argentina não conta), primeiro avião que não era da FAB, primeira montanha-russa com looping, primeiro filme em inglês sem legenda, primeira embalagem tamanho família de shampoo, só para mim. E ainda fui testemunha do racial riot que entrou para a história. Rodney King, lembram disso?
Eu era muito pirralha para perceber o tamanho do que estava vivendo e estava infinitamente mais preocupada em descobrir o rap e o movimento hip hop que começava a estourar por lá e em tomar sorvete de vanilla no Thriftys perto de casa.
O porém é que estava lá, como estive em muitos outros lugares incríveis e improváveis e todo setembro eu fico olhando para trás e tentando olhar para frente porque o mês de outubro é o primeiro do meu ano-novo e é sempre cheio de atividades que exigem um dispêndio enorme de dinheiro e energia, das eleições aos shows e mostras de cinema.
Trilha sonora do dia: I´m a slut (BiS), I´m no good (Amy)
Pensamento do dia: eu amo embalagens Tetrapack
Etiquetas: selvagens egotrip
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