24.7.07

Tudo especial

A sensação de agora é impotência. Difícil sensação essa, que exige o esperar pelo download, um milagre para que meu celular pare de atrasar o próprio relógio (veja bem, até o meu celular tem o horário atrasado), uma conexão de meus dois neurônios para entender um atendimento virtual que culmina na seguinte pérola: “sinto que você está tendo dificuldades”. Até a voz metálica me insulta.

Caminhei várias quadras na chuva sem pensar em absolutamente nada até encontrar a rua que me levou ao canto que tanto me agrada e às vezes dá medo também. A outra sensação de agora é uma mistura de ansiedade imensa com medo. Medo de perder esse amor que começou lento e agora é arrebatador, sinto que não posso mais me desvencilhar de suas mãos poéticas. É a primeira vez que sinto medo por, ao cair na estrada, estar a perder um amor. As coisas estão mudando ou é apenas reflexo da idade combinada com o baixo-astral que anda pairando no ar onde respiram os sobreviventes de tantas desgraças?

Mas em meio aos papéis velhos e mofos, novamente a benção da vida: as pessoas especiais se encontram sempre. Na minha vida. Tão especiais como Barbaras, minha irmã preta cujo aniversário de 30 anos esqueci. Seria um crime sem perdão para os admiradores do networking, mas não para os cultivadores da amizade. Essa ligação, dia ganho mesmo após a manhã cara de tão confusa. E, quanto aos idiotas que pensam fazer parte desse espetáculo, eles sempre desistem. Não têm calibre para essa poesia.

2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

se esse amor for o meu...pq perde-lo ao cair na estrada?

25/7/07, 10:02 p.m.  
Anonymous Anónimo said...

vejo a degradação dos prédios do centro velho de são paulo.
o reflexo das pessoas que amam.
(ou que pelo menos tentam).

[belo dia de luz. bjo]

26/7/07, 11:23 a.m.  

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