10.1.07

Por qué hermanos?

Parecia cena de novela. Mexicana, claro, porque se trata da minha vida. Quem dera o meu roteiro fosse um filme noir francês ou até um pouco Fellini. Mas não, o máximo que consigo é encarnar um Almodóvar do hemisfério sul. E foi quase trágico: ela gritando, eu gritando e chorando, adeus, que saudades, manda beijos... isso no meio do Security Office de um aeroporto internacional no primeiro mundo. Chego ofegante ao portão de embarque, estão dizendo meu nome, meu nome em espanhol e em inglês, última chamada para Buenos Aires. Ai, se essas argentinas da Aerolatas soubessem como eu acordei naquele dia, se ajoelhavam no corredor da aeronave para pedir perdão.Vinte macacos chacoalhavam na minha cabeça simultaneamente, não teve cookie, coca-cola e sunglass que salvasse a minha ressaca. Dois minutos de vôo, tudo começa a rodar... a aeromoça avisa que não posso levantar enquanto o avião decola, naquele castelhano de quinta que usa vos e não vosotros. Eu explico: I need to throw...up...

Os banheiros de avião são mesmo nefastos. Os da Aerolineas então... no comments.

Presente dos hermanos: cinco horas de escala na capital federal, sem poder sair do aeroporto. Ocupo 3 bancos e sonho em 20 línguas. Finalmente chego a Babylon. Quente, desorganizada, confusa. Minha cabeça ficou em algum lugar do Pacífico ou na Cordilheira. Horas depois, estava dançando num clubinho imundo de rock. E termino a noite em um lugar de nome Exquisito.Ouvindo música em espanhol!!! E ainda tenho de agüentar a minha professora me dizendo que se eu não levo a sério as clases, como voy a Espana? Y a Pasargada, nadie vay?Ainda bem que a Argentina NUNCA mais ganhou a Copa!!!